Você se lembra do seu primeiro amor? Da sua primeira “bomba” em uma prova da escola? Ou então sua primeira briga com um amigo?
Provavelmente, esses marcos aconteceram na sua adolescência.
Essa fase é marcada por diversas descobertas e experiências – positivas e negativas.
Não à toa é uma fase em que a ansiedade começa a aparecer e a saúde mental começa a se tornar um tópico recorrente dentro de casa.
A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) divulgou que condições de saúde mental são responsáveis por 16% da carga global de doenças e lesões em pessoas com idade entre 10 e 19 anos.
Sem contar que o suicídio é a terceira principal causa de morte entre adolescentes de 15 a 19 anos.
Mais recentemente, a síndrome de burnout, muito presente na fase adulta, começou a ser reconhecida como uma comorbidade que também acomete os mais jovens.
Neste texto, exploramos os sinais da síndrome de burnout na adolescência e o que você pode fazer para ajudar seu filho a viver essa fase da melhor maneira possível.
Acompanhe.
O que você vai ver nesse artigo:
O que é síndrome de burnout na adolescência?
Tradicionalmente associado ao mundo profissional, o burnout se caracteriza pelo esgotamento físico e mental derivado de estresse crônico. Costumava ser associado a casos extremos de assédio ou alta demanda.
Porém, vem crescendo o número de casos de síndrome de burnout na adolescência.
Nessa fase, o burnout se manifesta com sintomas como:
- Esgotamento de energia na realização de tarefas diárias;
- Desgaste emocional;
- Sentimento de incompetência em relação aos estudos;
- Dificuldade nas relações de amizade ou de trabalho.
Originalmente, a OMS (Organização Mundial da Saúde) classificava o burnout como uma doença exclusivamente ocupacional.
Ou seja, de um empregado em relação ao seu trabalho, mas, infelizmente, esse conceito já extrapolou o mundo corporativo.
Em meio às cobranças e incertezas da juventude, o jovem ainda é vítima do imediatismo inerente a essa fase da vida.
Cobranças sobre que profissão seguir e que cursos estudar são exacerbadas nessa fase em que seu cérebro ainda nem está totalmente maduro.
Quais são as principais causas do burnout na adolescência?
A sobrecarga emocional que ocasiona o burnout na adolescência vem, principalmente, de demandas acadêmicas.
A época de vestibular é o principal agravante, mas não o único.
O adolescente é pressionado a ter boas notas, a se dedicar aos estudos, e a escolher todo o seu futuro em uma idade que ele nem bem ainda sabe quem ele é.
Há também cobranças sociais: o adolescente precisa navegar novos territórios na faculdade, ao mesmo tempo em que procura fazer novas amizades e ser aceito em algum círculo de novos amigos.
Por último, mas nem um pouco menos importante: a internet.
Entre padrões de beleza inalcançáveis e notícias irreais sobre casos de sucesso, o adolescente é bombardeado por expectativas absurdas sobre quem ele deve ser ou do que ele deve gostar.
Só um pouco de cada um desses aspectos já é o suficiente para gerar ansiedade.
Tudo isso combinado pode levar a um esgotamento mental, síndrome de burnout, e até mesmo outras doenças psicológicas como depressão.
7 sinais de burnout na adolescência para ficar em alerta
1. Apatia
O adolescente se mostra desinteressado a respeito de um ou mais aspectos de sua vida que ele normalmente gostaria:
Não quer estudar, fazer atividades físicas e nem mesmo ver seus amigos.
2. Tédio
O jovem não consegue reter sua atenção por muito tempo em uma só atividade, sentindo-se desestimulado e entediado o tempo todo.
3. Choro constante
Crises de choro frequentes podem ser sinal de algo mais grave do que uma simples frustração.
Se o adolescente se apresenta constantemente choroso, isso pode ser um alerta para os pais.
4. Ansiedade e depressão
O burnout costuma se apresentar em associação a outras condições psiquiátricas como ansiedade e depressão.
Se o adolescente já tem alguma dessas, há de se ter atenção redobrada para os sinais do burnout.
5. Comportamento de risco
Uso de álcool ou cigarro, uso de drogas, comportamentos antissociais, todos podem ser sinais de algum sofrimento de ordem psicológica.
Os pais devem ficar atentos a esses indicativos: saber onde os filhos vão, com quem os filhos saem e que tipo de conteúdo eles consomem na internet, é extremamente importante.
6. Fadiga emocional
Se o adolescente parece estar sempre estressado ou cansado, sem paciência e constantemente frustrado, pode ser um sinal de uma fadiga emocional.
Essa fadiga emocional pode ser um possível caso de burnout.
7. Sintomas físicos
O lado emocional pode afetar o físico.
Não é raro pessoas com alguma condição psicológica apresentarem sintomas como insônia, dores musculares, fadiga, entre outros.
Como ajudar seu filho adolescente com burnout
Pratique a escuta ativa
A regra de ouro aqui é demonstrar interesse e se colocar à disposição para que seu filho se sinta seguro.
Tente saber como foi o dia dele e como ele está se sentindo, mas sem impor sua presença e sem parecer estar querendo se intrometer na vida dele.
Isso é desafiador, mas a escuta ativa e sem julgamentos podem fazer uma grande diferença na vida do jovem.
Observe os comportamento do seu filho
Esteja próximo do jovem e observe os seus comportamentos e condutas, que ele talvez não se sinta à vontade para falar abertamente:
Ele tem se isolado demais?
Tem deixado de querer fazer atividades que, normalmente, ele gosta?
Qualquer mudança no temperamento ou comportamento pode ser um sinal de alerta.
Evite cobranças desnecessárias e incentive o autocuidado
Ajude-o a estabelecer metas e lembre a ele que momentos de lazer são tão importantes quanto os momentos de estudo.
Motive seu filho, mas respeite seus limites, orientando e dando suporte na medida que ele precisar, mas sem acrescentar mais sobrecarga em sua cabeça.
Não hesite em pedir ajuda profissional
Por último, procure ajuda profissional mesmo em casos não extremos.
Afinal, muitos jovens têm dificuldades em se abrir com seus pais, e um profissional, sendo uma pessoa imparcial, pode fazer a diferença e realizará o diagnóstico correto do que está acontecendo, evitando até mesmo um quadro de burnout.
Ou seja, a ajuda profissional pode ser uma solução preventiva se ver que algo não vai bem e evitar que a sobrecarga e demais aflições do seu filho se tornem algo maior.
Estarei aqui por você!
Deu pra ver a importância do olhar atento e distinto que você como responsável deve ter para seu filho adolescente nessa fase, né?
A OPAS estima que 10% a 20% dos adolescentes do mundo vivenciam problemas de saúde mental, mas permanecem diagnosticados e tratados de forma inadequada.
Você tem um papel muito importante em mudar esse jogo!
Lembre-se de focar em uma educação positiva e os conflitos não serão parte da sua rotina.
Confiança é a palavra-chave para criar filhos mais saudáveis.
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