À medida que as crianças crescem, os pais vão descobrindo as formas como elas reagem às emoções, sejam elas positivas ou negativas.
Ao longo dessa jornada, uma situação fica bem evidente:
Nem sempre os pequenos conseguem lidar com frustrações e outros sentimentos ruins, algo que gera muita angústia nos pais.
Ver os baixinhos desapontados ou enraivecidos é algo comum, mas que não deve ser tratado apenas com aquela famosa frase “isso passa” ou “é só uma birra”.
É importante que os responsáveis saibam como acolher e, principalmente, como ajudar no manejo dessas emoções negativas.
Neste artigo, reunimos algumas dicas e informações fundamentais para você auxiliar seus filhos a entenderem e lidarem com as emoções negativas.
Faça uma boa leitura!
O que você vai ver nesse artigo:
Quais são as principais emoções negativas?
Se o seu desejo é realizar uma criação que resulte em crianças emocionalmente fortes, o primeiro passo será a identificação das principais emoções negativas.
Vamos conhecê-las melhor?
1. Raiva
A raiva é um dos sentimentos mais fáceis de identificar.
Geralmente as crianças ficam irritadas, choram e até mesmo partem para o embate físico, seja com adultos ou outros pequenos.
Contudo, a raiva por si só não é uma emoção considerada negativa, o que difere é a forma como cada um lida com ela.
2. Frustração
O sentimento de frustração pode ser acompanhado de raiva ou de momentos de melancolia.
Trata-se de algo muito comum conforme a criança cresce, afinal de contas, é durante o crescimento que ela passa a entender questões como limites e permissões.
No mundo infantil, a relação entre causas e consequências não está muito estabelecida.
Por conta disso é comum que os pequenos tentem fazer coisas que para nós são absurdas (como comer terra, machucar um pet ou pintar as paredes do quarto), sem entender que aquilo é um erro.
Isso costuma ser uma fonte de frustração bem comum, principalmente quando são repreendidos e descobrem que aquilo é errado.
Porém, tudo faz parte do aprendizado e do crescimento.
3. Decepção
A decepção é uma “prima” da frustração.
Contudo, a decepção é como uma frustração ligada às expectativas.
Até mesmo as crianças pequenas têm expectativas, como ir ao parquinho, encontrar os amigos ou pular na piscina durante a recreação, mas nem sempre é possível atender aos desejos delas.
Neste momento, aquela expectativa quebrada gera desapontamento.
4. Ansiedade
Ansiedade em níveis controlados não é uma emoção negativa, o problema é quando ela se torna constante ou muito intensa.
Ou seja, existem dois tipos de ansiedade: a normal e a patológica.
A ansiedade normal, todos nós sentimos.
Ela é temporária e nos prepara para as diversas situações do cotidiano, passando assim que as preocupações acabam.
Porém se os sentimentos começam a atrapalhar a criança no dia a dia, a viver as experiências da vida e perduram por muito tempo, pode ser considerada patológica.
O grande desafio aqui é que nem sempre a criança sabe ao certo o que está causando este sentimento, por isso, é bem importante que os pais ajudem-nas a se expressarem.
Caso seja percebido que a ansiedade não vai embora, o ideal é procurar por ajuda profissional, como de um psicólogo infantil.
5. Culpa
Como nós adultos sabemos, a culpa surge quando relacionamos nossas atitudes com as consequências negativas que elas geraram.
Parece algo muito reflexivo, mas que nem sempre requer tanto raciocínio.
No caso das crianças, elas podem sentir culpa logo após receberem uma punição simples, como um pequeno castigo dos pais.
Geralmente, esta emoção também vem acompanhada da vergonha ou da frustração.
Como lidar com emoções negativas? 5 dicas para ajudar o seu filho
1. Converse sobre sentimentos
Os pais podem ajudar as crianças a externar e verbalizar seus sentimentos por meio de conversas.
Quando você perceber que seu filho está passando por alguma emoção negativa, vale a pena fazer perguntas como:
- o que você está sentindo?
- o que você acha que causou esse sentimento?
- como você se sente quando isso acontece?
Esse tipo de diálogo é como um “treino” para que elas aprendam a expor seus sentimentos e naturalizem o hábito de conversar sobre eles.
Além de ser bom para o crescimento deles, fica mais fácil identificar o que está acontecendo e como você pode ajudar.
2. Exerça a empatia
Tente se colocar no lugar da criança, com todas as suas limitações e amarras da infância.
Isso permite que você tente buscar uma conexão com as emoções que ele está sentindo e como está lidando com elas.
É claro que não é fácil entender a cabeça dos pequenos.
Mas nós adultos somos capazes de refletir sobre causas e consequências com mais clareza, e isso é um excelente caminho para entender como seu filho está se sentindo diante de uma emoção negativa.
3. Faça exercícios de respiração para acalmar
Exercícios de respiração são ótimos para controlar impulsos de raiva e quadros de ansiedade intensa.
Eles são fáceis de fazer e podem ser transmitidos de uma forma bem lúdica, veja a seguir:
- Aconchegue a criança no seu colo ou entre suas pernas e encoste seu peito nas costas dela;
- Levante a mão diante do rosto, diga que está segurando uma flor e peça para ela puxar o ar como se estivesse sentindo o aroma da flor;
- Em seguida peça para ela assoprar a flor como se fosse um dente de leão;
- Encoste o peito nas costas da criança e sincronize a sua respiração com a dela;
- Repita o procedimento por alguns minutos.
4. Fique atento aos pedidos de desculpa
Sabe aquela criança que apronta e logo em seguida já pede desculpa?
Se o seu filho é assim, é preciso ficar atento com a sua resposta.
Se toda atitude recebe perdão rapidamente, é provável que ele entenda que desculpa é uma palavra mágica que retira dela todas as consequências dos atos.
Em vez de apenas perdoar, aponte seu descontentamento (ou de outras pessoas) e mostre o que certas atitudes são capazes de desencadear.
Essa postura parece muito dura, mas na verdade ensina aos menores como lidar com a culpa, além de ajudar na reflexão sobre as emoções e ações tomadas.
5. Não seja um escudo
A gente sabe que nenhuma mãe ou pai gosta de ver os filhos experimentando emoções negativas, porém, eles precisam ter contato com elas para maturar seu emocional.
Calma, não estamos falando que você tem que provocar situações de desconforto para que seu filho se torne mais forte, o ponto aqui é:
Você até pode retardar o contato com esse tipo de emoção, mas é impossível evitar.
Os pais não devem correr para distrair a criança e fazer com que elas esqueçam o que estão sentindo, é muito mais saudável que a família interaja e ajude o pequeno a entender melhor a situação.
Emoções negativas são importantes, por incrível que pareça.
Continue a leitura e entenda mais sobre isso!
As emoções negativas também são importantes!
Sabe por que é importante que seu filho se depare com emoções negativas?
Porque elas são extremamente naturais e intrínsecas da realidade humana.
Não existe uma pessoa no mundo que não tenha raiva, ansiedade, angústia, frustração ou tristeza pelo menos uma vez na vida. E com o seu pequeno a realidade não será diferente.
Emoções ruins fazem parte da nossa natureza, porém, quanto melhor é a forma como lidamos com elas, menor são os efeitos negativos.
Portanto, é preciso olhar “o lado bom” que as emoções negativas carregam, que é justamente um ensinamento de como a vida funciona.
Tudo faz parte do crescer e do amadurecer.
Então, quanto mais cedo as crianças aprenderem a lidar com as emoções negativas, mais preparadas vão estar para enfrentar situações diversas no futuro.
Emoções negativas: oportunidades de amadurecimento
Gostou de saber mais sobre como lidar com as emoções negativas?
Como recado final, reforçamos o quanto elas são importantes para o crescimento das crianças.
Em todo caso, não se esqueça que você pode ajudá-las a compreender e encarar melhor as situações de desconforto.
Lembre-se: o diálogo e o carinho são auxiliares poderosos nessa dura tarefa de ensinar os pequenos a lidar com emoções ruins.
E além de ajudarem a criança a compreender o que se passa, o diálogo e o carinho também aproximam pais e filhos e contribuem para estreitar essa relação tão bonita.
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