Criança Agressiva: 14 possíveis motivos e como lidar

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Talvez você já tenha visto a seguinte cena: 

João, um menino de cinco anos, está brincando com seus coleguinhas de escola. 

De repente, ele simplesmente empurra um amiguinho que pegou o brinquedo que ele queria.

A professora intervém e nota que essa não é a primeira vez que João age dessa maneira e comunica os pais.

Os responsáveis, preocupados, se questionam: “Isso é comum? O que pode ser feito?”

Casos como esse são normais na infância, mas é essencial compreender quando a agressividade infantil faz parte do desenvolvimento e quando pode ser algo mais grave.

Por isso, neste artigo exploramos o que é a agressividade infantil, suas causas, como lidar com ela e quais são os sinais de alerta para buscar ajuda especializada.

O que é agressividade infantil?

O que e agressividade infantil

A agressividade infantil se refere a comportamentos impulsivos e hostis de crianças, que podem se manifestar por meio de empurrões, gritos, mordidas, palavras ofensivas e tapas. 

Até certa idade, esses comportamentos são “comuns” e fazem parte do desenvolvimento infantil. 

Isso porque as crianças ainda estão aprendendo a entender emoções como frustração, medo e raiva.

Contudo, quando esses comportamentos continuam depois dessa etapa ou ficam mais intensos e frequentes, é preciso analisar suas causas.

Além disso, é fundamental avaliar se a agressividade acontece somente em certos locais ou com certas pessoas, porque isso pode sugerir que a criança está reagindo a impulsos específicos. 

Por exemplo, um ambiente estressante em casa ou dificuldades de socialização na escola podem incentivar o comportamento agressivo.

Criança agressiva: o que pode ser?

Crianca agressiva o que pode ser

Diversos são os fatores que podem contribuir para a agressividade infantil. 

Abaixo, fizemos uma lista com algumas das principais razões:

Fatores ambientais e emocionais

  1. Estresse causado por excesso de estímulos, como telas e dispositivos eletrônicos;
  2. Necessidade de atenção e dificuldades em expressar sentimentos;
  3. Exposição a ambientes violentos ou com excesso de conflitos;
  4. Mudanças na rotina (como chegada de um irmão, troca de escola, mudança de cidade);
  5. Frustrações e dificuldades na comunicação.

Desenvolvimento comportamental

  1. Excesso de permissividade ou rigidez extrema na educação;
  2. A falta de limites claros pode levar à adoção de comportamentos inadequados;
  3. Crianças podem reproduzir comportamentos agressivos observados em adultos ou em mídias.

Transtornos psicológicos e quadros psicóticos

  1. Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH);
  2. Transtorno do Espectro Autista (TEA);
  3. Transtorno de Conduta (TC);
  4. Transtorno de Oposição Desafiante (TOD);
  5. Transtorno Afetivo Bipolar;
  6. Esquizofrenia.

Se a agressividade da criança está relacionada a problemas sociais ou dificuldades frequentes, recomenda-se buscar avaliação de um profissional. 

Psicólogos e neuropsicólogos podem auxiliar na identificação de possíveis transtornos envolvidos e quais táticas são melhores para o caso analisado.

6 dicas para lidar com a agressividade infantil

6 dicas para lidar com a agressividade infantil

Os pais e educadores desempenham um papel imprescindível na gestão da agressividade infantil. 

Veja a seguir algumas estratégias:

1. Coloque limites claros

Crianças precisam compreender quais comportamentos são aceitáveis e quais não são. 

2. Ensine habilidades socioemocionais

Auxilie a criança na expressão de emoções com palavras e na resolução de conflitos de forma pacífica. 

Uma boa dica é perguntar: “Como você está se sentindo?” e dar alternativas como “Você está incomodado porque queria o brinquedo?”.

Saiba mais: Como falar sobre emoções com o seu filho? 5 formas de entrar no assunto

3. Evite reforçar comportamentos agressivos

Se a criança recebe o que quer através da agressividade, ela continuará a utilizá-la. 

É importante não ceder diante de acessos de raiva e reforçar comportamentos positivos.

4. Modele comportamentos positivos

Demonstre, no cotidiano, como resolver atritos de maneira respeitosa. 

Se os adultos que fazem parte da vida da criança gritam ou reagem agressivamente, a criança pode entender que esse é o comportamento esperado.

5. Auxilie a criança a reconhecer e nomear emoções

Muitas vezes, a agressividade surge porque não há um vocabulário emocional. 

Ensinar expressões como “Estou bravo”, “Estou frustrado” e “Necessito de ajuda” pode fazer uma grande diferença.

6. Procure ajuda profissional quando necessário

Se a agressividade for intensa e persistente, um psicólogo infantil pode ajudar a identificar a razão e a desenvolver estratégias adequadas. 

Realizar um acompanhamento com um profissional pode fazer diferença no longo prazo.

O que NÃO fazer quando a criança for agressiva

A criança foi agressiva? 

Veja o que você não deve fazer de jeito nenhum após a demonstração de agressividade:

  • Não castigue de forma extrema, pois isso pode reforçar ainda mais o comportamento agressivo;
  • Não negligencie sinais de transtornos emocionais;
  • Não recompense comportamentos inadequados;
  • Não rotule a criança como “violenta” ou “ruim”;
  • Não ignore comportamentos agressivos recorrentes;
  • Não responda com agressividade.

Criança irritada X criança agressiva

É vital saber diferenciar comportamentos irritados e agressivos. 

Afinal de contas, toda criança pode se irritar de vez em quando, mas quando a irritação se torna muito comum e se manifesta agressivamente, é sinal de que pode haver um problema maior.

Momentos e/ou situações em que se deve procurar ajuda:

  • Quando há histórico familiar de transtornos comportamentais e emocionais;
  • Quando a criança apresenta acessos de raiva que duram muito tempo e são difíceis de controlar;
  • Quando você sente que não consegue lidar com a situação;
  • Quando a criança machuca outras crianças ou adultos com frequência;
  • Quando a agressividade interfere na rotina escolar e familiar.

Veja também: Birra infantil: por que acontece? 5 dicas para lidar sem surtar

Agressivo ou não, o seu filho ainda é uma criança e precisa de ajuda

A agressividade infantil é um desafio comum enfrentado por pais e educadores.

No entanto, é essencial compreender que, por meio desse comportamento, a criança está tentando comunicar algo. 

E como adultos, nosso papel é buscar entender essa manifestação, já que o repertório emocional infantil ainda é limitado e necessita de apoio para se desenvolver.

Com táticas adequadas, é possível auxiliar a criança no desenvolvimento de formas saudáveis de expressar suas emoções. 

Detectar as razões do comportamento agressivo e fazer uma intervenção positiva, ou seja, agir de forma acolhedora para ajudar a criança a entender e expressar seus sentimentos sem agressividade, é muito importante para o desenvolvimento emocional infantil.

Avaliar, entender e agir pacientemente são etapas fundamentais para auxiliá-las em um crescimento equilibrado.

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