Como orientar os filhos na escolha da profissão é um processo que exige cuidado e empatia.
Cuidado porque trata-se de um momento em que o adolescente vive carregado de expectativas e ansiedade em razão do vestibular e da prova do ENEM.
Empatia porque é preciso se colocar no lugar dele e ajudá-lo a entender seus interesses para, somente então, apontar algum caminho.
Essa escolha, porém, não precisa ser definitiva e você precisa reforçar sempre que irá apoiá-lo em todos os momentos, inclusive naqueles em que a incerteza bater (porque, sim, ela pode bater).
Abaixo veja 7 dicas para influenciar positivamente e não forçar a barra na hora de definir a carreira a seguir.
1) Respeite e apoie os interesses desde pequenos
Respeitar e apoiar o interesse dos filhos desde muito cedo é um processo que pode contribuir consideravelmente para o autoconhecimento e a tomada de decisão no futuro.
Ao invés de incentivá-los somente a fazer um curso de idiomas, vibre quando eles demonstrarem empolgação por atividades paralelas.
Prática de esportes, curso de pintura, música, escotismo, trabalho voluntário, grêmio estudantil…
Todas essas atividades promovem o desenvolvimento de habilidades importantes e valorizadas no mundo do trabalho, como disciplina, espírito de equipe, liderança, senso de responsabilidade e até sensibilidade estética.
Mas e o idioma? Claro que cursos dessa natureza são importantes, mas não somente.
Crianças e adolescentes também precisam estar conectadas com iniciativas que reforcem a sistemática da vida real e exijam destreza para a solução de pequenos problemas.
2) Não coloque as suas expectativas de sucesso em cima dele
Aí está um dos principais erros dos pais no processo de como orientar os filhos na escolha da profissão.
Cuidado para não cair na armadilha de incentivá-los a abraçar uma profissão que você gostaria de ter seguido.
Na posição de mãe ou pai, a sua missão é entender quais são os seus gostos para ajudá-los na busca de mais informações.
Não jogue frustrações nas costas deles. A incerteza, a ansiedade e a pressão do período pré-vestibular já são sentimentos suficientes para os adolescentes aprenderem a lidar.
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3) Esteja aberto ao diálogo

O diálogo é uma das melhores respostas para solucionar qualquer questão na vida dos filhos. Portanto, mostre-se sempre aberto(a) para ouvir as angústias e, se a conversa não partir dele, tente você mesmo puxar um papo.
Nesse momento, use e abuse do conceito conhecido como escuta ativa, prática que ocorre quando a pessoa demonstra um interesse verdadeiro sobre o assunto.
Esse é um momento singular na vida do seu filho e oferecer ombro e espaço para fala é uma das atitudes mais nobres que você pode ter.
Aproveite e leia: A importância do diálogo entre pais e filhos: saiba como estimular a conversa
4) Oriente sobre o real valor dessa decisão
Recomende que a escolha profissional do seu filho não seja baseada apenas no retorno financeiro.
Evidente que a remuneração é importante e pode, sim, pesar na hora de escolha, mas ela não deve ser o único fator a ser considerado.
Lembre que a satisfação profissional vai muito além da conta bancária e envolve sentido e o gosto pelo fazer diário.
Problemas existirão em toda profissão, mas incentive que seu filho não seja um daqueles profissionais que trabalha à espera do fim de semana.
É preciso acreditar naquilo que se faz, caso contrário o tombo da frustração pode ser maior lá na frente.
5) Busque proporcionar uma experiência de mercado de trabalho
Pode até parecer clichê, mas incentivar que seu filho participe de feiras de profissões e converse com os profissionais que já estão no mercado pode fazer uma diferença e tanto na tomada de decisão.
Compreender como funciona o dia a dia, quais são as atribuições, e, claro, os pontos positivos e negativos de seguir aquela carreira é uma ótima maneira de obter informações e processá-las posteriormente.
Se já existe interesse em um campo específico, ajude-o na busca por informações. Palestras, workshops e até uma busca no LinkedIn pode ajudar.
Procurar os projetos que profissionais daquela área estão investindo pode ser o brilho no olho que faltava para consolidar a empolgação do seu filho.
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6) Em caso de muitas dúvidas, busque uma orientação profissional
E já que o diálogo foi tão abordado neste artigo, por que não indicar uma terapia? Um psicólogo pode ajudar seu filho na busca pelo autoconhecimento e facilitar a sua livre escolha.
Vale lembrar que esses profissionais são fundamentais não só para ajudar na decisão profissional, mas para simplificar questões tão presentes na vida de um adolescente.
Insegurança, aprovação do outro, dúvidas, frustrações… Compreender a raiz desses sentimentos é processo fundamental para que seus filhos aprendam a lidar com a pressão.
7) Lembre-se: a escolha da profissão não é para a vida toda
Chegamos ao tópico mais importante deste artigo.
Isso porque a angústia na hora de escolher a carreira triplica quando os adolescentes entendem que esta pode ser uma escolha definitiva.
Mostre para ele que na vida nada precisa ser 100% permanente, muito menos a escolha profissional.
Evidenciar que escolhas podem ser repensadas mais a frente tem um grande efeito tranquilizador.
Aliás, as estatísticas revelam que o desejo de mudar de carreira tem ganhado mais fôlego desde que a chamada geração millennial (jovens nascidos entre 1985 e 2000) chegou ao mercado de trabalho.
E mais: segundo um estudo recente realizado pelo LinkedIn, até 61% dos profissionais millennial prevêem mudar de carreira várias vezes ao longo da vida.
Além do mais, nem sempre a escolha de determinado curso vai implicar na atuação do seu filho.
Os caminhos durante a graduação podem mudar e aquele curso pode ter sido apenas um impulso para que ele crie um caminho personalizado.
Há profissionais formados em arquitetura que viraram fotógrafos ou designers, administradores que buscaram o marketing como atuação principal e até engenheiros que hoje produzem cerveja artesanal.
A escolha de um curso não é definitiva, mas sim um impulso para infinitas possibilidades.
Menos palpites, mais apoio
O como orientar os filhos na escolha da profissão envolve equilíbrio. Estudos mostram que exagerar nos palpites ou deixar que decidam sozinhos podem ser atitudes igualmente prejudiciais.
Mostre apoio, ensine a controlar impulsos emoções e dialogue.
Seu filho precisa saber que sabe com quem contar e que será respeitado, independente de qual for a decisão.
Eduque para o protagonismo.
Muito útil e esclarecedor nessa fase tão delicada e importante na vida de nossos filhos ,grato.( Miguel pai do aluno Frederico/Objetivo Norte ,Sorocaba /SP.