Como evitar as temidas espinhas na adolescência?
Sem dúvidas, uma pergunta frequente entre adolescentes e pais com filhos nessa fase.
Afinal, quem nunca passou pelo desespero adolescente de ter combinado um encontro com os colegas e foi presenteado com uma espinha gigante na testa? 😱
Ou pelo embaraço de ter de cancelar um cinema com a colega que você ficou dias enrolando para chamar para sair por ter certeza de que ela só teria olhos para a espinha que saiu bem na ponta do nariz? 😱
A grande maioria dos adolescentes já passou por constrangimentos como esses.
Alguns, mais práticos, resolvem com alguma maquiagem ou até mesmo um curativo.
Outros acabam se sentindo envergonhados demais e optam pelo isolamento, mesmo que temporário, até que aquela espinha maldita desapareça.
Calma! Pode parecer o fim do mundo, mas espinha tem solução.
Você, como responsável pelo adolescente, pode ajudá-lo nessa batalha.
Uma batalha, sim, porque as espinhas eventualmente surgirão, em menor ou maior gravidade.
Há como prevenir e como tratar. E é sobre isso que falaremos neste artigo.
O que você vai ver nesse artigo:
Por que temos espinhas na adolescência?
Na adolescência, os hormônios estão à flor da pele, em especial os hormônios sexuais, que começam a ser produzidos na puberdade.
Esses hormônios são o principal motivo para termos espinhas na adolescência, entre os 11 e 20 anos de idade.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, é muito frequente e acomete cerca de 80% dos adolescentes.
A pele se torna oleosa, com cravos, nódulos, espinhas e cicatrizes. Embora as espinham apareçam mais no rosto, também podem aparecer no peito, nos ombros e nas costas.
A acne se desenvolve devido:
- Ao aumento da secreção sebácea;
- À obstrução dos poros;
- À proliferação bacteriana.
- E a inflamações.
Há, ainda, o fator genético, que faz com que a doença de pele seja mais grave em quem tem predisposição.
Algumas situações podem piorar a acne, como o uso de medicamentos (anticonvulsivantes, corticosteróides, lítio, algumas pílulas anticoncepcionais, vitamina B12), de anabolizantes e de alguns cosméticos.
A acne também pode ser sintoma de alguma alteração hormonal, como puberdade precoce ou síndrome dos ovários policísticos.
Por isso, a recomendação é de que o adolescente deve ser acompanhado por um pediatra e por um dermatologista.
O dermatologista pode fazer uma avaliação e definir qual o tipo de pele do paciente: mista, oleosa, sensível ou normal.
Essa classificação já será bastante útil na hora de escolher os produtos aplicados à pele, inclusive itens de maquiagem, no caso de quem opta por usar.
Vale lembrar que acne é super comum. A regra é ter acne nesta faixa etária. A pele lisinha é a exceção.
Com isso em mente, jamais faça com que seu filho ou filha se sinta culpado pela acne.
Não é falta de higiene ou descaso com o próprio corpo.
Mesmo em jovens super comprometidos com os cuidados com a pele, as espinhas e os cravos acabam aparecendo nessa faixa etária devido às alterações hormonais pelas quais os jovens estão passando.
Como evitar espinhas na adolescência?
Para evitar espinhas na adolescência, é muito simples.
As formas de prevenção recomendadas pela Sociedade Brasileira de Pediatria podem ser seguidas por qualquer pessoa.
– Evite lavar o rosto mais de duas vezes ao dia. Quando o fizer, use produtos específicos. Lavar o rosto mais vezes pode irritar a pele ou deixá-la mais oleosa.
– Não esprema as espinhas. Embora seja um pouco difícil resistir ao impulso, se você espremer a acne, pode acabar deixando seu rosto marcado de forma permanente.
– Use filtro solar e maquiagens adequadas para pele oleosa.
– Lave o rosto com água fria. A água quente estimula a produção de óleo nas glândulas sebáceas.
– Limpeza de pele também pode ajudar, desde que feita por um profissional treinado. É um tratamento coadjuvante e, em casos extremos da doença, deve ser aliado ao uso de medicamentos.
– Evite tocar no rosto com frequência, na medida em que as mãos podem levar bactérias à superfície do rosto.
– Embora alguns truques caseiros sejam interessantes, como o uso de babosa para hidratar a pele, não acredite em tudo o que lê. Procure seguir orientações médicas.
Como as espinhas afetam a autoestima do adolescente
Vale lembrar que, além de prevenir as espinhas, esses passos devem ser seguidos a fim de evitar as consequências da acne.
Apesar de não ser uma doença grave, a acne em excesso afeta a maneira como o jovem se vê – e a adolescência já é uma época complicada para a maioria dos jovens, que estão se descobrindo e se identificando como seres humanos.
Segundo a dermatologista Dra. Andrea L. Zaenglein, professora de dermatologia e pediatria da Universidade Estadual da Pensilvânia,
“As espinhas afetam a percepção do adolescente sobre si mesmo e podem aumentar o risco de depressão, ansiedade e isolamento social.”
Adolescentes que ficam com o rosto coberto de espinhas tendem a desenvolver problemas de autoestima que, em casos mais graves, podem levar à depressão, perda da autoconfiança e isolamento social.
Incentive seu filho/filha a adotar os passos acima, bastante simples de serem seguidos, mas que exigem certo grau de comprometimento.
Não pressione demais o jovem. É comum que, nesta idade, os adolescentes rejeitem as recomendações dos pais só por implicância
Veja também: Conflitos entre pais e filhos na adolescência: Por que acontecem e Como evitar.
Portanto, aponte a necessidade de manter a frequência do tratamento, mas não a ponto de ser visto como um ‘chato’ pelo seu filho.
Como tratar as espinhas na adolescência?
Tudo depende do grau em que a doença se encontra.
Há adolescentes que são acometidos por uma ou duas espinhas por mês. Embora cause alguma dor de cabeça para o jovem, não é caso de preocupação – e o adolescente pode inclusive se considerar sortudo.
Sabonetes e filtros solares específicos são o tratamento básico para combater os sintomas.
Em casos mais graves da doença, o tratamento pode ser feito com antibióticos, hormônios e isotretinoína, o famoso Roacutan, medicamento que exige bastante cuidado por parte do paciente.
Como responsável pelo adolescente, preste atenção às espinhas. Em muitos casos, a acne é ocasional e não causa maiores problemas.
Quando estiver muito frequente, porém, não espere muito tempo para agir.
Procure um dermatologista para dar início ao tratamento o quanto antes e tentar evitar a evolução para um quadro mais grave da doença.
Como evitar que as espinhas causem as temidas “marcas” no rosto?
Para evitar que as espinhas causem manchas ou marcas no rosto, é preciso higienizar a pele todos os dias, utilizando esfoliantes, ácidos e produtos que ajudam a reduzir a proliferação de bactérias e a hiperqueratinização folicular.
Não esprema a espinha ou o cravo do seu filho, por mais tentador que isso possa ser.
Todos já passamos por isso – é complicado ficar apenas observando aquele pontinho amarelo no rosto.
Espremê-la, no entanto, pode deixar uma cicatriz ou uma marca permanente no rosto do adolescente.
Adolescentes sentem tudo com muita intensidade. Então, em alguns casos, para eles, o surgimento de uma espinha pode ser realmente uma tragédia.
Então, caso não seja possível impedir, oriente que o adolescente use um lenço entre a pele e os dedos ao pressionar a espinha.
Depois, a área deve ser limpa para reduzir o risco de infecção.
Vale lembrar que a acne é uma doença típica da faixa etária, causada pela ação dos hormônios, algo que faz parte do processo de amadurecimento.
Não há, portanto, uma “cura” ou um remédio milagroso que faz a acne desaparecer. O que podemos fazer é controlar os sintomas e minimizar as cicatrizes.
“Espinhas na adolescência? Eu também já tive!”
Para ajudar seus filhos a lidar com a acne, o mais importante é naturalizar o problema.
Aqui, a máxima “você não é todo mundo” não se aplica. Praticamente todos os adolescentes entre 11 e 20 anos passarão por experiências com espinhas.
Então, demonstre apoio e incentive o jovem a consultar um dermatologista (principalmente no caso dos meninos, que podem ser mais resistentes a procurar ajuda).
Como dissemos, adolescentes podem ser um pouco exagerados, mas não menospreze o sentimento de angústia deles.
Tranquilize-os: para espinhas e cravos em excesso, há tratamento. E é nisso que você, seu filho e o médico devem trabalhar juntos.