Você com certeza já ouviu falar sobre birra infantil.
Quando começamos a criar nossos filhos, é comum que escutemos de amigos ou conhecidos: só não vai deixar sua criança ficar birrenta!
E, quando esse momento finalmente chega, pensamos: e agora? O que fazer?
Calma: a boa notícia é que a birra infantil é extremamente comum e há diversas maneiras de lidar com ela.
Para entender o que é birra infantil, resolvemos explorar um pouco do universo infantil e trazer algumas dicas de como driblá-la.
Aproveite nosso texto também para checar as fases da birra infantil e quando você deve procurar ajuda profissional.
Você não está só – vem com a gente!
O que você vai ver nesse artigo:
O que é birra infantil?
A birra infantil é uma fase comportamental comum na infância, caracterizada por explosões emocionais e reações intensas das crianças.
Enquanto crescemos, temos dificuldade em aprender a lidar com tantas emoções novas.
Essa confusão pode levar a acessos de raiva ou tristeza.
Ou seja, a birra infantil nada mais é do que uma forma que a criança encontra de externalizar um mundo de incertezas que está dentro dela.
Por que a birra infantil acontece?
São muitos fatores que podem fazer a birra infantil acontecer.
As birras são comportamentos que podem se manifestar de diferentes formas e intensidades e não estão limitadas apenas às crianças pequenas.
Crianças mais velhas e até mesmo adultos também podem vivenciar momentos de birra quando se sentem sobrecarregados por suas emoções e não possuem as habilidades necessárias para autorregular-se.
A explicação para vermos mais manifestações de birra infantil está na fase de desenvolvimento do cérebro:
O controle emocional depende de uma parte do cérebro que só termina de se formar por volta dos 25 (!) anos.
O que pode levar ao estado de birra, portanto, são emoções intensas.
Algumas das causas mais corriqueiras são:
1) Fome, cansaço, frio ou outras necessidades fisiológicas
As sensações fisiológicas do corpo ainda são de difícil reconhecimento para as crianças.
Portanto, a primeira pergunta que devemos fazer é: será que meu filho está com alguma necessidade em baixa?
2) Frustração
Quando uma criança pequena se vê diante de uma tarefa que está além de seu nível de desenvolvimento ou quando alguém tenta impor sua vontade sem explicações, ela pode se sentir frustrada e incapaz de lidar com as demandas.
3) Medo
O medo é uma das sensações mais intensas do ser humano, podendo desencadear até sintomas físicos.
Portanto, medo de monstros embaixo da cama ou o temor da separação podem desestabilizar emocionalmente a criança.
4) Raiva
Nada mais comum do que um acesso de birra infantil causado pela raiva, correto?
Se algum amiguinho da escola estiver perturbando a criança, é bem capaz que ela se expresse através de um ataque de birra.
5) Vergonha
Uma emoção que causa extremo desconforto em crianças e que muitas vezes esquecemos é a vergonha.
Por ser algo que ela demora a entender, pode ser mais difícil de identificar que a birra vem daí.
Com qual idade a birra infantil começa?
A birra infantil começa bem cedo.
Na infância, entre dois e três anos, 20% das crianças fazem birra pelo menos uma vez ao dia.
Em alguns pequenos, esse traço de comportamento pode seguir com eles por mais alguns anos.
Caso seu filho ultrapasse os seis anos (idade em que o corpo dá um salto acelerado em desenvolvimento) com muitos ataques de birra, é interessante buscar ajuda profissional para entender o que está acontecendo.
5 dicas para lidar com a birra infantil sem surtar
1) Mantenha a calma e acolha a criança
Pode ser muito difícil para você lembrar que a criança está causando aquela cena não por maldade, e sim por incompreensão e falta de autoconhecimento.
Lembre-se: gritar não é a solução.
Por isso, o primeiro passo é que você mantenha a calma.
Respire de forma lenta, conte até 10, mentalize um lugar tranquilo… são diversos métodos de relaxamento para você escolher.
Com a cabeça no lugar, você será capaz de acolher a criança no momento da birra.
O que é muito importante e fortalece os laços entre vocês.
Pergunte a ela o que está causando esse comportamento e diga que entende, assim vocês podem refletir juntos sobre a situação.
Oferecer um abraço enquanto a incentiva a falar sobre, deixando o momento mais calmo e confortável, pode ajudar a criança a construir inteligência emocional.
Afinal ela vai perceber que falar sobre o que sente traz mais benefícios do que o contrário.
2) Crie uma rotina – e respeite-a
As crianças, principalmente as mais novas, podem usufruir de diversos benefícios ao ter uma rotina.
Mudanças abruptas em uma rotina costumam causar desconforto em crianças, já que elas estão condicionadas aos rituais.
Claro que imprevistos acontecem. E, para eles, o ideal é ter uma conversa franca com a criança do que vai acontecer de diferente e o que vocês podem fazer para se preparar para esses eventos.
3) Foque em vocês, não nos arredores
Se a birra ocorrer em um espaço público ou com outras pessoas que não convivem tanto com a criança, podem ocorrer as críticas ou piadinhas.
Não se deixe abalar – é natural sentir vergonha, mas você é a pessoa mais qualificada para lidar com a situação (e a única que entende as diversas nuances).
Tente procurar um espaço reservado para vocês dois conversarem.
Se não for possível, ignore os olhares e julgamentos alheios.
4) Desvie a atenção da criança
Distrair-se é sempre um método eficaz quando estamos em momentos críticos. E, para a criança, é extremamente funcional.
Principalmente com crianças mais novas, que não entendem o diálogo, busque uma nova paisagem, brinquedo ou outros estímulos que possam ser interessantes para ela.
5) Esteja previnido
Muitas birras infantis podem ser prevenidas.
Se você já sabe que sua filha não gosta de ir ao supermercado, por exemplo, você pode conversar com ela antes para negociar o que poderá acontecer neste local.
Nesses casos, você deve impor regras e limites claros e sem margens de negociação.
Após os acessos de birra, você também pode conversar com a criança de forma que ela reflita sobre o que ocorreu e o que pode ser feito da próxima vez para evitar.
Dicas extras: livros que podem ajudar a amenizar a birra infantil
A leitura é essencial na construção do comportamento dos pequenos e pequenas.
Então, por que não usar os livros como aliados para contornar a birra infantil?
Aqui trouxemos 3 sugestões:
Turma da Mônica – Bem Me Quer
Quem não ama ler uma história que envolve essa turminha tão querida?
Nesta coleção específica, os personagens de Maurício de Sousa falam sobre sentimentos não tão agradáveis de uma maneira lúdica e educativa.
Kathrin Göpfert – Não!
Em um livro belissimamente ilustrado, a autora aborda a negação das crianças de forma criativa e divertida.
Blandina Franco – Isso é meu!
Compartilhar pode ser um desafio para as crianças e a causa de muitas birras.
O livro tem a proposta de mostrar para a criança quais as vantagens em dividir suas coisas.
Quando a birra infantil é considerada um transtorno?
Não há um manual que diga quantas vezes é normal uma criança ter um ataque de birra infantil.
Portanto, o mais importante é você ficar atento ao comportamento da sua criança – não só com você, mas nos outros ambientes que ela frequenta.
Caso você comece a notar diferenças na frequência das birras ou na forma como a criança está se relacionando, é hora de ligar o sinal amarelo e buscar ajuda de um especialista.
Quando o assunto ultrapassa os limites da infância, certos desafios se tornam mais sérios e exigem atenção especial.
É o caso do Transtorno Opositivo Desafiador (TOD).
Crianças com o transtorno manifestam comportamentos desobedientes, relutam em assumir responsabilidade por seus erros e estão sempre à procura de testar os limites impostos pelos pais, sem demonstrar temor diante das punições.
Essa realidade complexa demanda análise aprofundada e estratégias adequadas para causar menos impacto na dinâmica familiar.
Inspira, expira… Não pira!
Lidar com as emoções é um assunto complexo até para nós, adultos.
Imagina para uma criança que está explorando o mundo?
Com isso em mente, é importante que nos lembramos de manter a calma em momentos de birra infantil.
Não necessariamente você estará criando uma criança mimada – afinal são diversas as causas e ferramentas que podemos utilizar para contornar a situação.
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